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Reflexões a partir do meu aborto retido

Hoje eu escrevo com o coração aberto, em meio a lembranças recentes e uma dor silenciosa que só quem já passou por isso consegue entender. Tive um aborto retido . A vida que carregava dentro de mim parou de se desenvolver, mas meu corpo demorou a perceber. Por dias, meu coração continuou sonhando, enquanto o corpo, silenciosamente, já se despedia. Não foi fácil. Ainda não é. Ver um sonho interrompido dessa forma mexe com tudo em nós: corpo, alma, fé e esperança. No início, o choque. Depois, a culpa — mesmo sem razão. O vazio no útero se tornou um eco no coração. Mas ao longo dos dias, entre lágrimas e orações, percebi que há aprendizado e consolo mesmo nas experiências mais difíceis. Passei a perceber quantas mulheres carregam essa dor em silêncio. Quantas já tiveram que se despedir antes mesmo de dar as boas-vindas. Cada uma com sua história, seu tempo, seu luto. E hoje eu escolho não esconder o que vivi. Não por exposição, mas por amor: amor ao meu bebê, amor a mim mesma, amor às ...

Reflexões a partir do meu aborto retido



Hoje eu escrevo com o coração aberto, em meio a lembranças recentes e uma dor silenciosa que só quem já passou por isso consegue entender. Tive um aborto retido. A vida que carregava dentro de mim parou de se desenvolver, mas meu corpo demorou a perceber. Por dias, meu coração continuou sonhando, enquanto o corpo, silenciosamente, já se despedia.

Não foi fácil. Ainda não é. Ver um sonho interrompido dessa forma mexe com tudo em nós: corpo, alma, fé e esperança. No início, o choque. Depois, a culpa — mesmo sem razão. O vazio no útero se tornou um eco no coração. Mas ao longo dos dias, entre lágrimas e orações, percebi que há aprendizado e consolo mesmo nas experiências mais difíceis.

Passei a perceber quantas mulheres carregam essa dor em silêncio. Quantas já tiveram que se despedir antes mesmo de dar as boas-vindas. Cada uma com sua história, seu tempo, seu luto. E hoje eu escolho não esconder o que vivi. Não por exposição, mas por amor: amor ao meu bebê, amor a mim mesma, amor às outras mulheres que talvez precisem dessas palavras agora.

Se você está passando por isso, eu quero te dizer: não é sua culpa. Você é mãe, mesmo que os braços estejam vazios. Você tem o direito de sentir, de chorar, de lembrar. Seu luto é válido. Sua dor importa. E Deus, mesmo em silêncio, nunca te deixou sozinha.

Quando as lágrimas se tornam oração

Na Bíblia, encontramos o consolo para dores que o mundo não consegue acolher. Em Salmos 34:18, está escrito:

"Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido."

Deus não ignora a dor de um coração partido. Ele recolhe cada lágrima (Salmos 56:8) e transforma o luto em caminho de cura. Às vezes, não entendemos os propósitos, mas podemos descansar na certeza de que Ele é soberano, e tudo o que Ele faz tem um tempo, um porquê e um cuidado que vai além do que nossos olhos podem ver.

Assim como Ana chorou amargamente por um filho que ainda nem tinha, e mesmo assim Deus a ouviu (1 Samuel 1:10), nós também podemos confiar: Ele vê nossa dor, ouve nosso clamor e conhece nosso coração.

Sei que o meu bebê não nasceu neste mundo, mas creio que está seguro nos braços do Pai. E isso me consola. Um dia, toda lágrima será enxugada, e a dor dará lugar à paz eterna (Apocalipse 21:4). Até lá, sigo caminhando, lembrando com amor, e confiando em Deus — que cura, restaura e escreve novas histórias.

Se esse texto tocou o seu coração, compartilhe com alguém que também precise de consolo. E se você passou ou está passando por algo parecido, deixe seu comentário ou me envie uma mensagem. Vamos caminhar juntas, com fé, acolhimento e esperança. 💛


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